O Auto da Compadecida é aquele tipo de retrato de um momento específico que só um gênio é capaz de fazer. Escrita em 1955 a obra poderia ser facilmente encaixada no nosso belo quadro social. Não mudamos em mais de meio século, pra não ser irredutível trocamos o chão batido e as casas de pau a pique pelo nosso caro "asfalto panelão" e por nossas casas "duas lajes é triplex"(favela).
Se espelhássemos essa fascinante obra para o século XXI, João Grilo e Chicó seriam a representação da classe C, vulgo pobre, o Bispo ortodoxo é trocado pelo protestante - mas o interesse pelo dinheiro se mantém. Difícil é achar alguém que ainda tenha ingenuidade com tanto poder em mãos a ponto de ordenar que leve um tiro - se fôssemos desconsiderar o poder aquisitivo podemos colocar nosso título de eleitor para o papel - ainda caímos nesse papo furado de progresso.
E o Diabo? Poderia ser o Temer, a fama ele já tem e pelo empenho desde que assumiu o poder, é um forte candidato. Mas se tem o mal tem o bem, pelo menos é o que dizem por aí, apesar que se fôssemos contextualizar mesmo a história deus deveria ser banido. E é isso que vou fazer, substituirei o papel dele pelo dinheiro - não reclame, é dólar, paga o nosso mingau - quando suplicamos por um caminho é o dele que seguimos.
Tudo pronto, só falta a trama, faltará...em breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário