08 março 2017

Calculista

Abri a porta, andei calculadamente e sentei como qualquer outro. Por todos os lados vi o desespero e o desconforto estampado na cara dessas desconhecidas pessoas que vão compartilhar suas manhãs durante 5 meses na mesma pragmática sala.
Parecíamos um bando de facínoras no começo, não é exagero - e não que tenha melhorado -, observávamos uns aos outros e logo tentávamos imaginar pela aparência o porquê de estarmos na mesma situação. Posso dizer que já tenho algumas ideias, mas por motivos óbvios não me abrirei a tal comentário. Espero que possamos sofrer algumas mutações durante esse tempo de confinamento perturbador, estabelecer relações, e o mais difícil, focar no real objetivo pelo qual estamos todos no mesmo barco.
Por enquanto continuarei calculando meus passos à medida que minhas obrigações vem a galope. Vivo a expectativa do desconforto e me abro para o desconhecido - saiba que o seguro que morreu de velho, não viveu.

É meus amigos, a vida não é fácil, por isso não procuro sobreviver

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