Procuro calor para esse inverno. Procuro alguém para reclamar e cultivar o iminente frio que pena sobre nossas largas costas. Alguém para assistir Netflix, para fazer clichês e ser a razão desse texto anuário que expande o clichê MOZÃO.
Não quero compromisso e nem preciso de afeto, preciso de risada e discrição - não julgo a falsidade. Aceitando o convite, comprometo-me ser o mais flexível possível. No verão, a gente aperta as mãos feito desconhecidos, e se no próximo inverno ainda estivermos só, retomamos o contrato sem nenhuma referência anterior.
Falando nesse "contrato", já adianto que não envolve dinheiro, recompensa ou troca, ele baseia-se no mutualismo, em alguém que procure um inverno semelhante.
Procuro compromisso nessa relação contada e descompromissada, ISSO NÃO SE TRATA DE UM RELACIONAMENTO ABERTO. Ao aceitar você concorda com os riscos que a carência e a paixão nos coloca, e se quando os cobertores ficarem dispensáveis, o dia durar mais que a noite e o sol começar a ser novamente nosso inimigo, ainda quisermos nos manter acessíveis, tudo bem, essa generosidade egoísta faz bem em qualquer estação do ano - mas sempre esteja preparada para o não, que infelizmente, ainda é o mais comum.
Se chegou até aqui na leitura sem ódio desse pseudo escritor, talvez você esteja na mesma busca. Então, não deixe passar, haja vista que o inverno chega e a inveja dos casais em julho é cruel.
Sensacional!!! Parabéns!
ResponderExcluirAcho que é o desejo de muita gente.