Escrever pra mim é um processo doloroso. Encontrar a linguagem, ter a expressão bem definida e principalmente saber a hora de parar, faz com que a escrita seja o pior processo da criação. Luis Fernando Veríssimo confirma minha tese. Nós gostamos do texto quando já escrito, formatado, publicado, sem aberturas e correções.
Vou contar um pouco do processo.
Escrevo para um blog - meu blog -, tal fato me dá total liberdade de publicar exatamente o que eu quero - eu me coloquei ao lado de Luis Fernando Veríssimo e ninguém disse nada - e no momento que eu quero, não careço de pré avaliações antes de ir a público. Levo na escrita o total mérito e o total fracasso. E isso é que mais me faz considerar o erro.
Estou no meio do processo de escrita de um livro e isso não é nada prazeroso. Enquanto aqui eu posso publicar um universo de possibilidade - desde uma estrofe de um poema, passando por reflexões em primeira pessoa, até contos - no livro eu tenho que seguir uma dialética própria. Eu sei que é uma dialética que eu mesmo pré estabeleci, mas lembre-se que também é uma dialética que qualquer livro sério deveria ter.
No fim, sempre chegamos ao ponto final da história, o que diferencia é o processo. O meu? Sento, escrevo, apago, reescrevo, apago, sofro, penso, apago, escrevo, desisto, retomo, crio, apago, escrevo, cansei e vou ler um livro. Depois retomo, escrevo, apago...
Fico imaginando quanto tempo vou demorar para escrever, não me tenho sob pressão - essa é uma das vantagens do mundo independente. Já propus uma noção de tamanho do livro e de cada história - sim, são contos (contos sujos) - e tenho uma linha literária que julgo só viver a margem.
Só tenho a prioridade de traze-lo quando realmente eu estiver satisfeito. E isso é o que mais me perturba.
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