Hoje faz incríveis 7 meses. Breves 7 meses. Sete meses em forma de furacão. Sete meses de um novo norte e de uma nova vida.
Só sei que a encontrei, e o resto, hoje em dia, eu já deixo passar - não vale a pena dominar a cabeça com algo que já está totalmente dominado por ela.
Eu virei do avesso, no começo não sabia lidar com a mais sincera atenção, com uma atenção que provocava arrepio desde os nervos da mão até a espinha dorsal. Eu nem sabia olhar para ela. Não sabia se precisava me fixar nos seus olhos, se precisava percorrer o seu rosto com meu olhar, se alternava entre lábios e olhos, eu realmente me confundia e tinha medo de destoar com a perfeição que ela sempre me foi.
Claro que com o tempo esses medos viraram experiência e o meu encantamento foi se direcionando para os detalhes: a mordida do lábio, a desenvoltura ao andar, o toque das suas mãos, o cabelo escorrendo pelo rosto - tudo me fascinava e ainda me fascina, me extasia, me apaixona...é a mais bela rotina de beleza e admiração que tenho por essa mulher. A mulher que eu já ouso chamar de minha - ó quanta audácia, tornar privado o que já me tomou por inteiro! E rio, porque são as minhas considerações e acho que ela gosta disso.
"A gente sabe quando é", era o que minha mãe sempre dizia quando eu a questionava sobre amores e afirmações. E por mais simples e efêmera que essa resposta possa parecer, é exatamente isso, você sabe quando é, e eu sei muito bem, é o "é" de éterno!! "É" de para sempre, "é" de uma vida é pouco para esse "é".
SETE meses é difícil de explicar, é uma data constitucional que fica entre a confirmação e selamento de um relacionamento e o entusiasmo do novo e recém conhecido. Felizmente para mim 7 meses - 7 sendo ainda o número da perfeição - é o decreto de que não preciso mais nada além dela. É inexplicável! Ela é minha companheira de festa, companheira de show, companheira de basquete, companheira de futebol americano, companheira de futebol brasileiro, companheira de música, é o meu ombro amigo, é meu exemplo de dedicação, é o meu anseio de inteligência, é a minha filósofa, minha psiquiatra, é a que manda e a que cuida do meu coração, é a minha audácia de chamar de minha.
Sete meses ou 0,583333 de ano vieram para me mostrar que minha vida é a felicidade de passar o resto da minha vida fazendo ela ser a pessoa mais feliz desse universo - é meus amigos, a vida foi generosa comigo. E ela também foi generosa com a vida, adotando esse maluco apaixonado que não para de pensar nela.
Meu Nome É Música
Blog sobre o universo musical, com atualizações semanais.
12 fevereiro 2018
Sete
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Blogueiro e músico. Sou Beatlemaníaco, mas nem por isso deixo de escutar outros artistas. Gosto muito de MPB e do bom e velho Rock N' Roll.
09 outubro 2017
Ter te
Ter te todo acesso sem nenhum arrepio
É te viver através de uma deriva de soneto
Te procurar num vento devaneio
Ter cabeça mas não ter a razão de se transbordar
É sentir a pluralidade fazer-nos singular
Sentir meu peito guardado nos teus verbos
Ter tua forma transfigurada na minha impaciência
Ter meus erros registrados e meus traços copiando tua indecência
É temer veementemente o último
Duvidar do amor já ladrilhado
Ser escancarado quanto ao futuro
E ter o futuro escancarado
E se no fim, isso é ter o teu lado
Que eu tenha sem cortes
Que a loucura seja a minha sorte
De andar contigo, de mãos dadas ou abraçado.
É te viver através de uma deriva de soneto
Te procurar num vento devaneio
Ter cabeça mas não ter a razão de se transbordar
É sentir a pluralidade fazer-nos singular
Sentir meu peito guardado nos teus verbos
Ter tua forma transfigurada na minha impaciência
Ter meus erros registrados e meus traços copiando tua indecência
É temer veementemente o último
Duvidar do amor já ladrilhado
Ser escancarado quanto ao futuro
E ter o futuro escancarado
E se no fim, isso é ter o teu lado
Que eu tenha sem cortes
Que a loucura seja a minha sorte
De andar contigo, de mãos dadas ou abraçado.
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11 setembro 2017
O valor de amar
Por que paramos quando nos amam? Ser amado no fim das contas é o objetivo final? Ao que tudo indica, sim.
O objetivo final da vida é ter alguém que nos ame - ter a única pessoa que tu quer que te ame - talvez a pessoa que tu esperou a vida inteira que te amasse. No fim, o objetivo final da vida é ter.
São pouquíssimos os que terão alguém essa condição sub-humana de dependência, a maioria vai aceitar um pseudo-amor, sustentado por uma relação frágil - o conformismo é assustador. E é quase impossível encontrar alguém que valorize a condição sub-humana do outro. É um raciocínio simples, o que fazer por alguém que já te ama? Manter um amor parece chato e partimos pro blazer, tentando configurar e formatar o amor alheio.
Por esse caminho os casais se separam, e por essa condição ouvimos que "o amor acaba", claro que acaba, óbvio - se paramos de comer, morremos - o amor é a perfeita analogia, se paramos de alimentar, ele morre, simples. Sem mistério e sem dica.
Quanto vale o amor? O amor pode variar da poesia ao pé do ouvido até um "eu lembrei de você" quando ouve uma música que haviam comentado há 13 dias atrás.
O amor é o quanto que dão de variabilidade para ele, o amor não tem uma tessitura própria, o amor é a combinação de tessituras, o amor não é só falar eu te amo, o amor é simplesmente não saber que é amor porque nunca sentiu antes, o amor é ficar paranoico e preocupado com que o outro pensa de ti, o amor é saber que o outro também pensa em ti, o amor é sentir que por mais que não queira, somos dependentes, o amor é acima de tudo saber que essa dependência não é ruim, mesmo quando não se tem segurança.
O objetivo final da vida é ter alguém que nos ame - ter a única pessoa que tu quer que te ame - talvez a pessoa que tu esperou a vida inteira que te amasse. No fim, o objetivo final da vida é ter.
São pouquíssimos os que terão alguém essa condição sub-humana de dependência, a maioria vai aceitar um pseudo-amor, sustentado por uma relação frágil - o conformismo é assustador. E é quase impossível encontrar alguém que valorize a condição sub-humana do outro. É um raciocínio simples, o que fazer por alguém que já te ama? Manter um amor parece chato e partimos pro blazer, tentando configurar e formatar o amor alheio.
Por esse caminho os casais se separam, e por essa condição ouvimos que "o amor acaba", claro que acaba, óbvio - se paramos de comer, morremos - o amor é a perfeita analogia, se paramos de alimentar, ele morre, simples. Sem mistério e sem dica.
Quanto vale o amor? O amor pode variar da poesia ao pé do ouvido até um "eu lembrei de você" quando ouve uma música que haviam comentado há 13 dias atrás.
O amor é o quanto que dão de variabilidade para ele, o amor não tem uma tessitura própria, o amor é a combinação de tessituras, o amor não é só falar eu te amo, o amor é simplesmente não saber que é amor porque nunca sentiu antes, o amor é ficar paranoico e preocupado com que o outro pensa de ti, o amor é saber que o outro também pensa em ti, o amor é sentir que por mais que não queira, somos dependentes, o amor é acima de tudo saber que essa dependência não é ruim, mesmo quando não se tem segurança.
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30 agosto 2017
Minha metalinguagem
Escrever pra mim é um processo doloroso. Encontrar a linguagem, ter a expressão bem definida e principalmente saber a hora de parar, faz com que a escrita seja o pior processo da criação. Luis Fernando Veríssimo confirma minha tese. Nós gostamos do texto quando já escrito, formatado, publicado, sem aberturas e correções.
Vou contar um pouco do processo.
Escrevo para um blog - meu blog -, tal fato me dá total liberdade de publicar exatamente o que eu quero - eu me coloquei ao lado de Luis Fernando Veríssimo e ninguém disse nada - e no momento que eu quero, não careço de pré avaliações antes de ir a público. Levo na escrita o total mérito e o total fracasso. E isso é que mais me faz considerar o erro.
Estou no meio do processo de escrita de um livro e isso não é nada prazeroso. Enquanto aqui eu posso publicar um universo de possibilidade - desde uma estrofe de um poema, passando por reflexões em primeira pessoa, até contos - no livro eu tenho que seguir uma dialética própria. Eu sei que é uma dialética que eu mesmo pré estabeleci, mas lembre-se que também é uma dialética que qualquer livro sério deveria ter.
No fim, sempre chegamos ao ponto final da história, o que diferencia é o processo. O meu? Sento, escrevo, apago, reescrevo, apago, sofro, penso, apago, escrevo, desisto, retomo, crio, apago, escrevo, cansei e vou ler um livro. Depois retomo, escrevo, apago...
Fico imaginando quanto tempo vou demorar para escrever, não me tenho sob pressão - essa é uma das vantagens do mundo independente. Já propus uma noção de tamanho do livro e de cada história - sim, são contos (contos sujos) - e tenho uma linha literária que julgo só viver a margem.
Só tenho a prioridade de traze-lo quando realmente eu estiver satisfeito. E isso é o que mais me perturba.
Vou contar um pouco do processo.
Escrevo para um blog - meu blog -, tal fato me dá total liberdade de publicar exatamente o que eu quero - eu me coloquei ao lado de Luis Fernando Veríssimo e ninguém disse nada - e no momento que eu quero, não careço de pré avaliações antes de ir a público. Levo na escrita o total mérito e o total fracasso. E isso é que mais me faz considerar o erro.
Estou no meio do processo de escrita de um livro e isso não é nada prazeroso. Enquanto aqui eu posso publicar um universo de possibilidade - desde uma estrofe de um poema, passando por reflexões em primeira pessoa, até contos - no livro eu tenho que seguir uma dialética própria. Eu sei que é uma dialética que eu mesmo pré estabeleci, mas lembre-se que também é uma dialética que qualquer livro sério deveria ter.
No fim, sempre chegamos ao ponto final da história, o que diferencia é o processo. O meu? Sento, escrevo, apago, reescrevo, apago, sofro, penso, apago, escrevo, desisto, retomo, crio, apago, escrevo, cansei e vou ler um livro. Depois retomo, escrevo, apago...
Fico imaginando quanto tempo vou demorar para escrever, não me tenho sob pressão - essa é uma das vantagens do mundo independente. Já propus uma noção de tamanho do livro e de cada história - sim, são contos (contos sujos) - e tenho uma linha literária que julgo só viver a margem.
Só tenho a prioridade de traze-lo quando realmente eu estiver satisfeito. E isso é o que mais me perturba.
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Blogueiro e músico. Sou Beatlemaníaco, mas nem por isso deixo de escutar outros artistas. Gosto muito de MPB e do bom e velho Rock N' Roll.
24 agosto 2017
Estar nos padrões
Já adianto que o texto de hoje é carregado, não sei definir bem o formato, também pudera, não sou professor de português.
Ah! Mas lembrando, caso goste, pode chamar até de bula.
A ordem no planeta mais soberbo do sistema solar é ditada por padrões. Padrões de beleza, padrões de sucesso profissional, de realização pessoal, de configurações familiares, padrões de andamento da nossa vida naturalmente triste. Uns chamam de rotina, eu chamo de tormento.
O que mais sustento na minha tese que critica os padrões, é que nas abstrações esses tais padrões não se seguem. Abordamos a felicidade e colocamos ela como única e espontânea, não guardamos em prateleiras, nem determinamos local ou momento de acontecer. A tristeza por sua vez vem na ordem sorrateira, que não se mede, que nos pega de supetão, que nos derruba, que não conserva, que deprime.
Não é chutar o balde, apesar que um pouco de anarquia faz bem, mas parar de justificar os fins pelos meios, que são ilicitamente destoantes. Paremos com os padrões, paremos com o modo certo de viver; NÃO, não é para você acabar com a moralidade, nem adotar um egoísmo metodológico - não use as brechas do meu texto para ser um idiota.
Estar nos padrões é dita como uma condição básica de felicidade, não estar nos padrões é dita como a busca dessa felicidade estacionária. Chegar no padrão e não ser feliz é uma questão modal e é dita como problemas estruturais e talvez sem resposta. Ser estruturalmente do padrão e sentir-se infeliz é uma questão existencial irremediável. E constroem drogarias e manipulam os remédios.
Acabar, reduzir a irrelevância, inverter a ordem não garantirá felicidade da nossa raça, ninguém andará vestido com uma túnica branca, ou fará uma nova Woodstock, nem celebrará a paz. Os padrões estereotipados e amplificados pela mídia são apenas um dos minúsculos fatores que justificam a infelicidade de nós seres pensantes. A vida é muito mais que um padrão, viver é muito mais que seguir um modelo, viver é ser culpado pelo erro e ser sortudo pelo acerto. Então vamos nos animar.
Ah! Mas lembrando, caso goste, pode chamar até de bula.
A ordem no planeta mais soberbo do sistema solar é ditada por padrões. Padrões de beleza, padrões de sucesso profissional, de realização pessoal, de configurações familiares, padrões de andamento da nossa vida naturalmente triste. Uns chamam de rotina, eu chamo de tormento.
O que mais sustento na minha tese que critica os padrões, é que nas abstrações esses tais padrões não se seguem. Abordamos a felicidade e colocamos ela como única e espontânea, não guardamos em prateleiras, nem determinamos local ou momento de acontecer. A tristeza por sua vez vem na ordem sorrateira, que não se mede, que nos pega de supetão, que nos derruba, que não conserva, que deprime.
Não é chutar o balde, apesar que um pouco de anarquia faz bem, mas parar de justificar os fins pelos meios, que são ilicitamente destoantes. Paremos com os padrões, paremos com o modo certo de viver; NÃO, não é para você acabar com a moralidade, nem adotar um egoísmo metodológico - não use as brechas do meu texto para ser um idiota.
Estar nos padrões é dita como uma condição básica de felicidade, não estar nos padrões é dita como a busca dessa felicidade estacionária. Chegar no padrão e não ser feliz é uma questão modal e é dita como problemas estruturais e talvez sem resposta. Ser estruturalmente do padrão e sentir-se infeliz é uma questão existencial irremediável. E constroem drogarias e manipulam os remédios.
Acabar, reduzir a irrelevância, inverter a ordem não garantirá felicidade da nossa raça, ninguém andará vestido com uma túnica branca, ou fará uma nova Woodstock, nem celebrará a paz. Os padrões estereotipados e amplificados pela mídia são apenas um dos minúsculos fatores que justificam a infelicidade de nós seres pensantes. A vida é muito mais que um padrão, viver é muito mais que seguir um modelo, viver é ser culpado pelo erro e ser sortudo pelo acerto. Então vamos nos animar.
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