Tentar buscar sublimidade e entendimento nos desencontros da vida é uma tarefa demasiadamente inútil. Não sei os porquês que figuram entre a gente, só peço que figurem mais vezes. Eles nos fazem muito bem.
É engraçado como no primeiro encontro nos pegamos ao mesmo tempo com expectativas próximas e distanciamento do futuro, dou culpa ao medo. Sentamos, conversamos, procuramos ideias nos reflexos que nos dão, no fim consumamos e tratamos como superficial e rotineiro - e não é. Eu sempre penso sobre todos os objetos que omitimos nas conversas, a franqueza negada, que é o pressuposto da intimidade que até então não temos. Vamos sempre abrindo o jogo aos poucos - com segurança - até algum estalo permitir o mais intenso dos afetos - o amor. Mas até lá são pedras.
Minha visão egoísta do amor presume na importância que o afeto tem nas pequenas coisas, talvez presuma também no quanto as músicas do Marcelo Jeneci fazem sentido, ou no quanto os arredores ganham mais brilho, quando a chuva ganha conotação parisiense e o sol desvenda os mistérios mais belos da tropicalidade. É quando se ganha novos olhos.
Nunca fui de fazer nem de desvendar planos, objetivar um nível de relacionamento nunca será minha prioridade, eu sempre fui desprendido e isso que me leva até ela, isso que me leva aonde eu quero sem pensar em querer. Já sinto a saudades que não dói, o afeto nos assuntos que não vinculam naturalmente o afeto, já imagino a série com alguém palpitando, o mundo com alguém para discutir, a vida com ela para dar sentido.
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